Corta Pra Mim – Os bastidores das grandes investigações
Nesta biografia, Marcelo Rezende narra de maneira clara e irreverente,
assim como dialoga em seu atual programa de TV-Cidade Alerta na TV Record, é a
forma como escreve.
Uma leitura deliciosa, onde as principais investigações como repórter
policial foi descrita por ele.
Marcelo nos conta como começou sua carreira de forma repentina. De
estudante de mecânica em 1969 aos 17 anos e em plena ditadura, à repórter
estagiário no Jornal dos Sports.
Aos 18 anos veio a sua primeira demissão, uma porta que se fechou para
que outra se abrisse na Radio Globo como radio escuta. Em seguida um convite
para o Jornal O Globo o colocou definitivamente na carreira de jornalista. Foi
repórter, redator e voltou à repórter esportivo (no futebol) e se tornou um dos
principais repórteres esportivo de O Globo e em 1978 cobriu a Copa do Mundo na
Argentina.
Foi convidado para ingressar na equipe de repórteres da Revista Placar.
Logo foi convidado para trabalhar na TV Globo, onde foi Editor do Globo Esporte.
Ocupou a vaga da repórter Isabella Scalabrini no Globo Esporte durante
a sua licença maternidade e foi aí que pela primeira vez fez televisão.
Teve participação como repórter de campo em jogos da Seleção
Brasileira, com Galvão Bueno narrando e nos comentários Pelé e Chico Anísio.
Destacou-se pela forma com que apresentava as estatísticas do futebol durante
os jogos.
Demitiu-se da TV Globo e foi para a Editora Rio, parte de a TV Globo
fazer matérias para os jornais locais e para o Jornal Nacional. Com poucos dias
na Editora Rio, foi escalado para investigar um assassinato na Barra da Tijuca,
no Rio de Janeiro. A vítima era o milionário José Carlos Nogueira Diniz Filho.
Em seguida começou a investigar uma série de sequestros também no Rio
de Janeiro, no Morro da Mineira comandado por Nai (Altair Domingos Ramos). Com
a ajuda da sua equipe, câmeras escondidas e da polícia, em alguns dias a
investigação rendeu muito material. Foi a primeira denúncia de armas
apresentada na TV. Participou da apreensão das armas junto com a polícia, onde
imagens inéditas foram transmitidas no Jornal Nacional e no Globo Repórter. Foi
quando Marcelo Rezende passou a dedicar-se ao jornalismo investigativo e sua
carreira deslanchou.
Intuitivo, inteligente e corajoso, Marcelo já foi peso com sua equipe
na Penitenciária de Asunción quando tentava entrevistar dois sequestradores
brasileiros refugiados no Paraguai sem o conhecimento e consentimento da
polícia local.
Entregou médicos envolvidos com esquemas do DPVAT. Apresentou ao Brasil
o Movimento sem Terra até então desconhecido por muitos. Mostrou para o mundo a
covardia da PM com os moradores inocentes da favela Naval em Diadema.
Desmascarou corruptos do futebol. Entregou a facilitação de venda e compra de
armas. Arriscou-se na China e nos Estados Unidos para denunciar pirataria.
Ingressou como apresentador do já conhecido programa Linha Direta, onde
foi o primeiro a entrevistar o Maníaco do Parque (Francisco de Assis Pereira).
Entrevista esta que lhe rendeu muitas críticas sobre o tipo de abordagem usada
para esta matéria. Foi um fiasco para sua carreira.
Conversou sozinho trancado em uma jaula dentro do presídio com Pedrinho
Matador, o assassino canibal mais cruel do país com 118 assassinatos na sua conta.
Investigou o enriquecimento ilícito do então Vice Presidente do Vasco, Eurico
Miranda e por consequência acabou por desmascarar Ricardo Teixeira, então
presidente da CBF.
Foi para a Rede TV no comando do programa Repórter Cidadão substituindo
José Luís Datena, que desistiu na última hora da emissora. O Repórter Cidadão
foi sucesso na TV, por mostrar ao vivo sequestros em andamento, caçadas
policiais e prisões.
Foi para a Rede Record e assumiu novamente no lugar de Datena, que mais
uma vez desistiu e foi contratado pela Band, o programa Cidade Alerta. O
programa foi tirado do ar posteriormente a mando do então Presidente Lula, que
considerava as críticas do apresentador
exageradas.
Voltou para a Rede TV, assumindo o jornal da noite Rede TV News. Foi demitido
quando se negou a voltar para o Repórter Cidadão.
Depois de oito meses desempregado, quando a Band ligou, ao mesmo tempo
Marcelo Rezende conheceu o bispo Edir Macedo. Mas essa é outra história.
Autor: Marcelo Rezende
Categoria: Literatura Nacional / Biografias e Memórias
Páginas: 239